sexta-feira, 31 de maio de 2013

Links da semana #3

The Floating Florest - Sydney. Mais fotos aqui.

1. Jogo. Digite "Atari breakout" no Google e jogue o Atari Breakout, no Google.

2. Classificados. Americano ganha a vida como apontador de lápis profissional, segundo o Ela. Enquanto isso, na Noruega, procura-se homem com voz grave para afugentar ursos polares, segundo a BBC Brasil.

3. Pareidolia. O curioso caso da chaleira que parecia com Hitler. Da Galileu.


4. Cinema. A crítica do Pílula Pop para o novo Star Trek contém um spoiler escondido. Ela termina assim: "se você é daqueles que ficam doidos para conhecer os spoilers, basta ler a primeira letra de cada frase desta crítica."

5. Facebook. A mensagem subliminar por trás do barulinho do Facebook, revelada no IdeaFixa.


6. Unicamp. Pôquer será objeto de estudo de disciplina do curso de Ciências do Esporte na FCA.

7. Saúde. Mulher de 105 anos de idade afirma que segredo da longevidade é...bacon. No Terra Saúde.

8. Video. Uma homenagem ao Tietê, feita pelo NUPA, que é uma escola pública de animação em São Paulo.

sábado, 25 de maio de 2013

Maturidade

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Groselha - os links da semana #2

1. Economia. É verdade que o auxílio-reclusão é maior que o salário mínimo? O Explica explica.

2. Melhor Manchete. "Gay adota neta de traficantes e menina torna-se Mini Miss Brasil". No G1.

3. Oriente. Mulheres entram para a guerra na Síria para proteger suas famílias. No Hypeness, com fotos.


4. Espaço. Quem tem a nave mais rápida: Jornada nas Estrelas, Guia dos Mochileiros, Dr. Who ou a NASA? Tire suas dúvidas com Chris Kirk.

5. Arqueologia. Cidade perdida subaquática é descoberta no mar Mediterrâneo. Na Go Outside, com fotos.

6. Internet. O nome desse site de relacionamentos para pessoas mais experientes é ótimo: Coroa Metade.

7. Sabedoria. Crianças colombianas criam dicionário com definições surpreendentes. No Uol.

8. Vídeo. Pra fechar.

Punctuwool from Jacob Streilein on Vimeo.

A diferença entre meninos e homens (usando a pá)



sábado, 18 de maio de 2013

Groselha - os links da semana

1. Tecnologia. Estudo prova que passar quatro dias na natureza sem tecnologias aumenta criatividade em 50%. Daqui.

2. Medicina. Uma opinião a favor da vinda dos 6 mil médicos cubanos para o Brasil. Daqui.



3. Facebook. “Golpe comunista 2014 no Brasil” tem 25 mil (agora já são 39 mil) confirmados. Na Carta Capital.


4. Drogas. Estudo no RJ mostra que maioria da população de rua não bebe nem usa drogas. Na Revista Fórum.

5. Preconceito. Presidente da Abercrombie faz comentário preconceituoso e brasileiro cria campanha para doação de roupas da marca para mendigos. Na Exame.




6. Ecologia. O deputado federal machão Jair Bolsonaro entrou com mandado de segurança para obter autorização para pescar em estação ecológica. (A sunga branca da foto também fez sucesso). N'O Globo.

7. Jogo. O GeoGessr te mostra um local pelo Google Street View e você tem que adivinhar onde é no mapinha ao lado. Quanto mais perto, mais pontos. Tente bater minha marca: aqui.

8. Propaganda. O vídeo bonitinho da Oreo.




9. Espaço. Para se despedir do espaço, o astronauta canadense Chris Hadfield (que virou celebridade ao compartilhar fotos e vídeos diretamente do espaço) fez um clipe para a música Space Oddity, do David Bowie. Sentiremos saudades.





10. Entrevista. "Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro", afirma Giorgio Agamben, uma das dez mais importantes cabeças pensantes do mundo, segundo o Times e Le Monde. "O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro", diz o filósofo. Aqui.

domingo, 5 de maio de 2013

Arrenda-se Portugal

Sinal de novos tempos: quando uma música sobre um problema (dependência externa) do Brasil ganha uma versão para Portugal, e faz todo o sentido.
No fundo, é meio triste.
(Obs.: as imagens não tem nada a ver com a música)

sábado, 4 de maio de 2013

Quão rico você é?


A plataforma de doações Believe criou o site Global Rich List. Nele, é possível descobrir qual a sua posição no ranking dos mais ricos do mundo. Ele também faz comparações com trabalhadores de países que recebem salários bem precários. O resultado pode ser chocante.

Não. Eu não estou no top 3,2%.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A inflação na mídia em 2013

Sigam os links!
A Lei de Godwin diz que “à medida que uma discussão online cresce, a probabilidade de que surja nela uma comparação envolvendo o nazismo ou Hitler se aproxima de 1 (100%).” No caso da escalada da inflação em 2013 esse ponto foi atingido no dia 18 de Abril, com a reportagem “Como a inflação criou Hitler”, da Superinteressante. O artigo descreve muito bem como o processo de hiperinflação vivenciado pela Alemanha no período após a primeira guerra mundial possibilitou a ascensão de um líder nazista ao poder – Adolf Hitler.

A princípio, trata-se de mais uma matéria interessante a respeito de um assunto relevante da economia e da história. Mas nenhum texto é escrito no vácuo. Não por acaso, o texto surge exatamente no momento em que estamos no auge da exposição midiática de um problema que mexe com imaginário popular brasileiro – o retorno da inflação.

Fonte: IBGE. A inflação dos alimentos no primeiro trimestre foi mais forte em 2013 do que havia sido em 2012.

A preocupação com a escalada da inflação no início de 2013 é justificável. A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou quase 2% apenas no primeiro trimestre de 2013. Nos três primeiros meses de 2012, para efeito de comparação, o índice estava na faixa de 1,2%. Os alimentos constituem o item mais importante da cesta de bens da população, representando quase um quarto do consumo das famílias. Além disso, a população mais pobre gasta uma parcela maior da sua renda com alimentação do que os mais ricos. É por isso que a inflação no preço dos alimentos é tão crucial. E, no primeiro trimestre de 2013, o preço dos alimentos apresentou uma elevação bastante acentuada: de 4,6% (contra 1,3%, em 2012). Mas os alimentos não foram os únicos itens que apresentaram elevações no preço. Em início de ano, é normal que alguns preços, como os relativos a gastos com educação e transporte, sofram ajustes. No caso dos transportes públicos, os reajustes das passagens tendem a ser ainda maiores esse ano pelo fato de 2013 ser o primeiro ano do mandato dos prefeitos. Ou seja, é inegável que houve uma guinada dos preços, resultando em um processo inflacionário que não pode ser negligenciado.

Ana Maria Braga, preocupada com a inflação dos produtos agrícolas.

Mas, o que assusta mesmo, é que certos personagens que não costumam se envolver em assuntos de política econômica começaram a demonstrar sua preocupação com o assunto. O exemplo mais surpreendente talvez venha da alta nos preços dos tomates. No início, o assunto não passava de motivo de piadas pela internet. Até que, no dia 10 de Abril, a apresentadora Ana Maria Braga apareceu em seu programa matutino na TV Globo adornada com um colar de tomates, como se fosse de ouro, protestando contra a elevação no preço do produto. De fato, de janeiro à março, o preço do tomate subiu 60%. É, sem dúvida, um dado impressionante. Mais intrigante ainda é considerar que em meados do ano passado o preço do tomate também teve uma elevação e que em apenas um mês, julho, o preço subiu mais de 50%, sem que isso chamasse na época a atenção da apresentadora. O que mudou, de lá para cá?

Fonte: IBGE. O tomate é um produto agrícola com ciclo produtivo de 90 dias. É normal que seu preço apresente oscilações ao longo do ano.

Desde 2011, ocorreram reduções sistemáticas da taxa básica de juros, a Selic – caindo de 12,5%, em agosto de 2011, para 7,25% em outubro de 2012. Não foi um caminho fácil. Regras da poupança tiveram que ser revisadas. E houve muita pressão para que a taxa de juros voltasse para o mesmo patamar elevado de outros tempo. É nesse contexto, de pressão para elevação da taxa básica de juros, que se inserem as recentes notícias e reportagens sensacionalistas a respeito da inflação.

Fonte: Ipeadata. De setembro de 2011 até abril de 2013, a taxa Selic só caiu.

Como a Selic influencia a inflação?  (for dummies)

Às vezes nos esquecemos disso, mas o dinheiro é uma representação de mercadorias reais. É como aprendemos no curta metragem “Ilha das Flores”, de 1989:
"Até a criação do dinheiro, o sistema econômico vigente era o de troca direta. A dificuldade de se avaliar a quantidade de tomates equivalentes a uma galinha e os problemas de uma troca direta de galinhas por baleias foram os motivadores principais da criação do dinheiro. A partir do século III A.C. qualquer ação ou objeto produzido pelos seres humanos, frutos da conjugação de esforços do telencéfalo altamente desenvolvido com o polegar opositor, assim como todas as coisas vivas ou não vivas sobre e sob a terra, tomates, galinhas e baleias, podem ser trocadas por dinheiro."
Ao invés de trocar tomates por galinhas, e galinhas por baleias, trocamos todas essas mercadorias entre nós utilizando dinheiro. Portanto, todo o dinheiro disponível em uma economia representa um bem concreto, uma mercadoria que existe, que foi produzida. Desse modo, a quantidade de dinheiro é sempre idêntica à quantidade de bens produzidos. É isso o que o dinheiro significa. Mas, o que aconteceria se a quantidade de dinheiro disponível aumentasse de repente, sem que houvesse um aumento na quantidade de bens? Os preços dos bens disponíveis se elevariam proporcionalmente, até o ponto em que a quantidade de dinheiro voltasse a ser idêntica à quantidade de bens. Chamamos esse aumento de preços de inflação.

 Ilha das Flores, preocupada com o preço do tomate before it was cool.

Acontece que nós não utilizamos “dinheiros”. Utilizamos moeda. É possível que a quantidade de dinheiro aumente sem que sejam impressas novas moedas? Sim. Isso acontece quando, em uma economia, os gastos aumentam em um ritmo maior do que a produção. Por exemplo, de repente, as pessoas podem passar a consumir mais, sem que se produzam mais bens. Como a quantidade de moedas também não aumentou, isso significa que a mesma nota será repassada mais vezes em um determinado período de tempo, à medida que as mercadorias vão sendo vendidas em um ritmo mais acelerado. As moedas são reutilizáveis. A mesma moeda de, por exemplo, R$1,00, pode ser utilizada várias vezes ao longo de um mês. Se ela for utilizada 10 vezes, é como se houvessem 10 moedas de R$1,00 descartáveis. Ou seja, uma moeda de R$1,00 representou o equivalente à R$10,00, em um mês. Se ela for utilizada 20 vezes, por causa do aumento do consumo, por exemplo, ela representou o equivalente à R$20,00. Na prática, a mesma quantidade de moedas representou um valor maior de dinheiro. Mas não é possível que ela represente uma quantidade maior de mercadorias porque não houve aumento da produção. Assim, o valor em dinheiro das mercadorias, isto é, seu preço, aumenta, de modo que a quantidade de dinheiro continue idêntica à quantidade de bens. Chamamos esse aumento de preços de inflação.

Portanto, a inflação pode ser resultado de um superaquecimento da economia, que causa um excesso de moedas em circulação. A Selic remunera os títulos da dívida pública. Ao elevar essa taxa de juros, o Banco Central consegue diminuir o montante do dinheiro em circulação, porque as pessoas terão um incentivo maior para comprar títulos do governo ao invés de gastá-lo em consumo. Ao mesmo tempo, a Selic funciona como uma taxa básica de juros para o crédito. Com a Selic mais alta, os juros para os devedores aumentam, o que desincentiva a obtenção de créditos e acaba esfriando a economia.

Por outro lado, taxas mais baixas de juros permitem o crescimento da economia e tornam os investimentos mais atrativos. E é por isso que o governo tem feito esforços para que a taxa de juros permaneça em um nível relativamente baixo. Assim como Delfim Neto, o governo entende que não é possível sacrificar o baixo nível de desemprego em prol do controle da inflação. Em sua coluna no jornal Valor Econômico, o economista disse que:
quando sugere cautela antes de apressar-se a aumentar a taxa de juro real, mas demonstra disposição de fazê-lo se necessário, a autoridade monetária brasileira está mais afinada com o mundo real do que os seus críticos.”

Pode-se intuir que a pressão para a elevação dos juros é feita pelos detentores de capital especulativo, também conhecidos como rentistas. A taxa de juros Selic remunera os títulos da dívida pública, sendo que a maior parte desses títulos pertence a fundos de investimento, seguradoras e instituições financeiras. Exatamente por se tratarem de títulos públicos, eles possuem um baixíssimo risco. A queda da taxa de juros implica em uma queda dos ganhos livres de risco dos rentistas. É por isso que lhes interessa a elevação da taxa de juros. Eles não estão interessados em investimentos que resultem em aumento dos níveis de produção, estão interessados apenas obter o maior rendimento financeiro com o menor risco possível. Em outras palavras, eles estão comprometidos com ganhos no curto prazo e não com o crescimento a longo prazo.

Inflação: um problema de longo prazo

Cabe dizer que a inflação crônica é um fenômeno comum em países subdesenvolvidos, como o Brasil. No nosso caso, além dos motivos temporários que possam existir, ela também decorre de causas estruturais - é resultado de deficiências de infra-estrutura, gargalos produtivos e baixas taxas de investimento – esses sim problemas que deveriam ser prontamente atacados. Aliás, o governo vem tomando algumas medidas para combater a inflação. Em janeiro, foram anunciados cortes nas tarifas de energia elétrica, tanto para residências como para a indústria. Em fevereiro, foi criado um conselho interministerial para formar estoques de alimento com o objetivo de atenuar as oscilações nos preços dos produtos agrícolas. Em março, a presidenta Dilma anunciou que todos os produtos da cesta básica estarão livres dos impostos federais. Finalmente, no início de abril, foi sancionada uma lei que desonera a folha de pagamentos de empresas do setor de serviços, dentre outros setores. E ontem, a presidenta Dilma, em seu pronunciamento sobre o Dia do Trabalho, garantiu mais uma vez que não irá descuidar nunca do controle da inflação, mesmo que tenha que enfrentar interesses poderosos, porque essa é uma luta “constante, imutável, permanente”. 

Atualmente, a inflação, além de ser resultado dos problemas estruturais já citados, parece ter menos a ver com um superaquecimento da economia do que com a recente formalização do emprego e elevação do salário mínimo. Juntos, esses dois fatores elevaram os custos dos produtos e serviços intensivos em trabalho. Além disso, ocorreu uma desvalorização do Real a partir do segundo semestre de 2011, causando aumentos proporcionais nos preços dos produtos importados.

Fonte: Banco Central do Brasil. Quanto maior a taxa de câmbio, mais desvalorizado está o Real em relação ao Dólar. Um dólar custava cerca de R$ 1,60 em 2011. A partir de meados de 2012 seu preço subiu para algo em torno de R$ 2,00.

Quanto ao preço dos alimentos, existem outras medidas que parecem mais razoáveis para o combate sustentável da inflação do que a elevação da taxa de juros. Porém, essas medidas não encontram o mesmo espaço na mídia tradicional. A página do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), por exemplo, apresenta uma possível causa para a alta no preço do tomate: a política agrária favorece as exportações do agronegócio, como a cana e a soja, colocando o abastecimento interno em segundo plano. Além disso, seria necessário fortalecer a agricultura familiar, responsável por 70% da produção de alimentos consumidos pelos brasileiros. Por mais estranho que pareça, a Ana Maria Braga foi mais sensacionalista do que o MST!

Assim, embora a inflação seja um problema relevante, não parece razoável utilizá-la como instrumento para pressionar uma elevação na taxa básica de juros, como vem fazendo a grande mídia. A alta da inflação deveria, isto sim, levar a discussões sobre os problemas de infra-estrutura e baixo investimento enfrentados atualmente pelo Brasil.





********************************************
Obs: Por último, convém dizer que a Superinteressante também produziu outro artigo que discute as causas dos altos preços no Brasil e leva em conta os problemas estruturais. Mas eu ainda acho que ela poderia ter mostrado que há interesses em jogo quando falamos da taxa Selic.
Segue link: http://super.abril.com.br/blogs/crash/pagina-exemplo/

Obs. 2: Há muitos interesses em jogo. O presidente da CUT, Vagner Freitas, comentou sobre as críticas que Aécio Neves (PSDB) fez após o pronunciamento da presidenta no Dia do Trabalhador, na Rede Brasil Atual:

“Ficamos muito preocupados com propostas que possam criar clima inflacionário. Existe uma corrente conservadora que quer criar clima inflacionário para dizer que o governo perdeu o controle para utilizar isso na campanha do ano que vem.”